Escultura Religiosa
Anexos
-
Miniatura
Número de registro
004
Denominação
Escultura Religiosa
Título
“São Vicente de Paula”
Autor
Classificação
Resumo Descritivo
Figura masculina, idosa, de pé, em posição frontal, mas com a cabeça inclinada para a esquerda, com os olhos abaixados; cabeça com solidéu preto, com quatro nervuras arrematadas por um botão ao alto, deixando descoberto parte posterior do cabelo, já grisalho, uma mecha junto às orelhas e outra na frente; orelhas grandes, bem escavadas no interior; testa com franzimentos e rugosidade abaixo dos olhos; sobrancelhas grossas, pintadas em marrom; boca fechada com bigode e barba ralos, também grisalhos; braços de articular, estendidos lateralmente, com a mão esquerda espalmada e a direita com dedos fechados, de modo a segurar algo; pés paralelos, calçados em sapatos pretos, com fivelas borboletas e meias pretas (pintadas). Vestido com batina preta, com botões pretos na metade inferior. Base retangular, de pouca espessura, pintada de preto.
Altura (cm)
127,5
Largura (cm)
37
Profundidade (cm)
22
Técnica
Costura | Entalhe | Policromia
Local de produção
Data de produção
Temas
Brasil | Minas Gerais | Religião | Século XIX | Século XVIII
Dados históricos
Imagem de Roca: “As imagens de Roca ou de vestir, também conhecidas como “Bastidores”, são aquelas que têm parte do corpo esculpidas e outras em leve armação de madeira, tendo algumas todo o corpo esculpido mais com fino tratamento somente nas extremidades, como cabeça, mãos e pés. Podemos chamá-las, também, de imagens de procissão pois eram muito usadas para essas solenidades religiosas por serem mais leves e fáceis de serem adaptadas nos andores./ Como são vestidas, abriram vasto campo à imaginação e ao gosto da época. As Irmandades, devotos, doadores se esmeravam em cobrí-las com os mais finos e ricos tecidos e jóias./ Segundo o Prof. Valentin Calderon de la Vara, sua origem está ligada à Península Ibérica, onde desde a primeira metade do século XVI tornou-se popular o uso de colocar ricos mantos nas imagens de Nossa Senhora. De acordo com o gosto barroco na tentativa de aumentar o realismo e a dramaticidade, começaram a usar elementos postiços que davam aparência mais natural./ No Brasil, as imagens de roca se desenvolveram graças, especialmente, às Ordens Terceiras, se propagando motivadas, também, pela devoção e gosto popular. Vamos encontrar vários tipos como: (...) III – as que têm as partes do corpo sob as vestes em armação ou bastidores feitos de fina tábua, às vezes recobertas de pano engomado, quando em imagens femininas, para facilitar a composição das vestes. Neste caso, encontram-se a maioria dos exemplos: os que têm somente as pernas em armação; os que têm as partes nobres em papel maché, como algumas peças da coleção de Abelardo Rodrigues, segundo informações do Prof. Valentin Calderon de la Vara./ Na maioria dos casos, os braços são esculpidos com dupla articulação (ombro e cotovelo) e raramente tripla articulação incluindo o pulso. (...) Dentre as imagens mais conhecidas em roca, temos os Cristos representando os passos da Paixão, as Nossas Senhoras, especialmente Nossa Senhora das Dores, Santos Mártires e os Santos das Ordens Terceiras Dominicanas, Franciscanas e Carmelitas.” (4)
Características Iconográficas/Ornamentais
Iconografia: São Vicente de Paula ou de Paulo (1581-1660) - Nasceu em Pouy, na Gasgonha (França), em uma família de camponeses pobres. Ordenado sacerdote aos 19 anos, tornando-se capelão da rainha da França. Aos 20 anos foi capturado por piratas, ficando prisioneiro por dois anos dos maometanos. Envolveu-se em melhorar a sorte dos cativos e dos codenados às galés. De regresso a França, foi feito por Luís XIII "esmoler-geral" das Galeras da França. Passou a dedicar-se, então, à Caridade organizada. Em 1625, funda a Cogressão da Missão ou dos Lazaristas, e, mais tarde, o Instituto das Filhas da Caridade, em colaboração com Santa Luísa de Marillac. S. Vicente foi um grande impulsionador da ação caritativa da Igreja, daí ser reconhecido como "Pai dos Pobres". É representado de rosto magro, semicalvo, com a barba rala e esbranquiçada, como aparece em uma gravura feita no século XVII, quando ainda vivia o santo. Veste batina preta, às vezes com sobrepeliz branca, e tem como atributo uma criança abandonada ao colo, podendo ter uma ou mais ao seu redor. (1), (2) e (3)
Características Estilísticas
Imagem de provável origem mineira, de cunho semi-erudito, datável do século XVIII ou XIX, com rosto enxuto, com cabelos, barba e bigode comuns, em estrias grossas e duras, rosto com rugas ressaltadas, procurando indicar as linhas de envelhecimento do rosto; olhos de recorte amendoado, testa com franzimentos, nariz reto e pontiagudo, boca pequena, orelhas grandes e bem escavadas; mãos de dedos bem arredondados e unhas demarcadas.
Características técnicas
Imagem de vestir, com a cabeça, mãos e os pés esculpidos em madeira (cedro), policromada em bege (carnação), branco (os cabelos, barba e bigode), preto (olhos, solideu, sapatos e meias) e marrom (sombrancelhas); restante do corpo semi-esculpido, em três partes encaixadas, com uma ripa inferior fixando a imagem na base; base em madeira recortada, pintada de preto.
Referências Bibliográficas/Arquivísticas
TAVARES, Jorge Campos. Dicionários de Santos. Porto, Lello & Irmão Editores, 1990;||ROIG, Juan Ferrando. Iconografía de los Santos. Barcelona, Ediciones Omega, 1950;||CERINOTTI, Angela. Santos e Beatos de ontem e hoje. São Paulo, Globo, 2004.||MARQUES, Lucia. Metodologia para o Cadastramento de Escultura Sacra-Imaginária. Ed. Contemp. Minas Gerais, s\d. Pág. 23-24.