Escultura Religiosa
Anexos
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Miniatura
Número de registro
014
Denominação
Escultura Religiosa
Título
“São Bento”
Classificação
Resumo Descritivo
Figura masculina, de meia-idade, em posição frontal, de cabeça erguida, com olhos direcionados a frente, com ampla tonsura monacal, rodeada por mechas de cabelo escuro, com uma mecha solta a frente; boca fechada; tem os braços flexionados a frente, mãos fechadas, a direita de segurar e a esquerda com o dedo indicador apontado; perna direita ligeiramente flexionada e a esquerda reta, com os pés em angulo; veste hábito escuro, repuxado ao centro, com detalhes dourados, mangas com amplas cogulas e punhos dourados com relevo de flores miúdas; barra do hábito com faixa dourada e relevo de flores; capuz cobrindo a parte de trás da cabeça. Sapatos dourados. Base retangular, de quinas chanfradas, com faces em moldura meia-cana invertida, pintadas de marrom, com a borda frisada; superfície pintada de verde, tendo no lado direito uma mitra de tom esverdeado, arrematada por barras douradas, com relevo de flores, e uma cruz dourada ao centro.
Altura (cm)
62,5
Largura (cm)
29
Profundidade (cm)
22
Material
Técnica
Local de produção
Data de produção
Temas
Brasil | Minas Gerais | Religião | Século XIX | Século XVIII
Características Iconográficas/Ornamentais
Iconografia: Nasceu S. Bento em torno de 480 em Núrsia, na Úmbria, filho de família burguesa, era irmão de Santa Escolástica. Por volta do ano 500, retirou-se para uma gruta no Subiaco, levando vida de eremita por 30 anos. Em 530 fundou em Monte Casino um Convento e aí escreveu a regra do monaquismo ocidental. Numerosos milagres rodeiam esta grande personalidade. Segundo sua biografia (Vita), escrita por São Gregório Magno (c. 540 - 604), Bento aceita a direção do Mosteiro de Vicovaro, mas os monges, recusando sua rígida disciplina, tentam envenená-lo. Um corvo rouba o pão com peçonha, e o cálice, com o vinho envenenado, quebra-se, quando S. Bento o benze. Quando morreu, entre 555 e 560, um jato de luz ter-lhe-ia levado a alma aos céus. Iconografia - Representado tanto imberbe como com barba. Veste o hábito todo negro, com capuz e cogula, dos Beneditinos (tanto o original como os outros). O seus atributos são uma peneira quebrada (alusão a seu primeiro milagre), açoite com o qual teria castigado um monge, um globo de fogo, cálice de onde se enrola uma serpente e um corvo com um pão no bico (alusão ao veneno - dai a invocação do santo contra mordida de animais peçonhentos). E ainda uma sineta quebrada (alusão a uma tentativa frustrada do diabo em pertubar o recolhimento do santo). Em 1964 foi proclamado Patrono da Europa pelo papa Paulo VI. O culto do santo é bem popular no Brasil, onde a ordem dos beneditinos construiu mosteiros importantes, especialmente em cidades litorâneas. Minas Gerais acolheu muito bem o seu culto, dado o número grande de imagens aqui localizadas, nelas o santo aparece geralmente vestido com o hábito de sua ordem e pode ter como atributos o bacúlo abacial, o livro da regra, um corvo com um pão no pico junto aos pés, e, mais raramente, um cálice com uma serpente enrolada na base. A mitra aos seus pés faz alusão à dignidade de cardeal, que teria recusado. (1), (2) e (3).
Características Estilísticas
Imagem de cunho popular, com tratamento anatômico desproporcional, principalmente a cabeça em relação ao restante do corpo; de rosto inexpressivo, mãos comuns, panejamento em dobras duras e mal resolvidas. Provavelmente de origem mineira, datável do século XVIII ou XIX.
Características técnicas
Imagem esculpida em madeira (cedro), em quatro partes encaixadas; mãos encaixadas; policromia em preto, bege, branco, vermelho e verde. Douramento com aplicação de pastilho. Base em um só bloco, com um recorte na parte posterior esquerda; tinha douramento no friso da base. Parece que o atributo “mitra” é esculpido na própria base.
Referências Bibliográficas/Arquivísticas
TAVARES, Jorge Campos. Dicionários de Santos. Porto, Lello & Irmão Editores, 1990;||ROIG, Juan Ferrando. Iconografía de los Santos. Barcelona, Ediciones Omega, 1950;||CERINOTTI, Angela. Santos e Beatos de ontem e hoje. São Paulo, Globo, 2004.