Ex-Voto
Anexos
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Miniatura
Número de registro
164
Denominação
Ex-Voto
Autor
Classificação
Resumo Descritivo
Ex-voto confeccionado em tábua de madeira, de formato retangular, com cena pintada a têmpera na parte frontal e em sentido horizontal. Pintura dividida em duas partes. Na parte superior esquerda, sob fundo pintado de branco (amarelado), leito com dossel em tom vermelho, este com a parte superior abaulada, ornado nas extremidades por franjas e arrematado por bilro. Dossel composto por quatro varas verticais, em tom preto, estando três delas ornadas por bilro aparente na extremidade superior de cada uma delas. Leito forrado por lençol branco e manta em tom azul com bordado na barra em motivos geometrizados (losangos), além de dois travesseiros em branco e cinza. Ao centro da cena, sob piso em tom marrom escuro, representação de figura feminina, ajoelhada, de perfil, com cabelos castanhos presos por coque, olhos e sobrancelhas em tom castanho, nariz espesso, boca vermelha, olhar voltado para cima (em direção à santa). Traja vestido azul claro, com pregas e mangas ¾ , ornado por renda branca na extremidade das mangas e na gola redonda. Apresenta seus braços ligeiramente flexionados e voltados à frente, destacando-se no braço esquerdo escoriação em tinta vermelha (na parte interna do antebraço). Em segundo plano, à direita da cena, representação de Nossa Senhora do Carmo feita através de figura feminina, jovem, de pé, com a cabeça coberta por véu curto rosa e encimada por coroa em tom amarelo. Traja túnica vermelha com marcas de pregas em tinta preta, sobreposta por manto longo preso à frente na altura do pescoço. Apresenta seu braço direito estendido lateralmente e voltado para baixo, segurando escapulário em tom marrom. Com seu braço esquerdo apóia o Menino Jesus, representado através de figura de criança, de cabelos loiros, trajando túnica azul com pregas pretas e brancas. Tem os braços estendidos lateralmente e voltados para baixo, segurando, com sua mão esquerda, escapulário marrom. Nossa Senhora encontra-se circundada por raios de sol em tom amarelo, e apoiada sobre nuvem branca contornada por traços pretos. Parte superior da cena pintada separada da parte inferior através de linha horizontal em tom marrom. Parte inferior do objeto pintada de branco (acinzentado), contendo texto manuscrito como legenda, disposto em quatro linhas horizontais e em tinta preta: “Merce q fez Stº Elias, e S Francº Chavier a Messias Maria/ Pantaliana q se achando d...riada e sua vó Florianna apegou/ -se Com os dtos Stos a dª neta ficou ba e pª memoria mandou fa/ zer o prezente, anno de 1850”. Objeto com moldura pintada em marmorizado nos tons marrom e preto. Verso do objeto em madeira lisa, contendo dois tarugos cilíndricos de madeira, dispostos nas extremidades da parte inferior da tábua.
Altura (cm)
26,6
Largura (cm)
37
Material
Técnica
Marcas/Inscrições
Na parte inferior, texto manuscrito, em tom castanho: “Merce que fez Snrª do Carmo a Candida Junqueira de Santa Anna qui estando/ gravemente enferma de hum reumatismo gotoso apegandosi com fé com/ adita Snrª fico boa e para memoria mandou pintar...” (data ilegível).
Local de produção
Data de produção
Dados históricos
Sobre Ex-voto: " Testemunho pelo meio do qual um devoto manifesta gratidão à divindade, ou a um santo, por uma graça especial, tornando público o fato e divulgando a força mística ou mágica do autor do milagre (...). A tradição cultural portuguesa transplantou-se para o Brasil e com ela as práticas do catolicismo ortodoxo ou popular; ergueram-se ermidas, capelas, igrejas, santuários, e as “salas dos milagres” se povoaram de peças esculpidas e “quadros”. No século XVIII, estes eram executados à maneira portuguesa, sobretudo no litoral e em Minas Gerais; eram pinturas em geral primitivas que, embora reproduzissem o ambiente colonial, refletiam a tradição lusa (...) Nos ex-votos de influência portuguesa o quadro se apresenta em dois planos: o do milagre propriamente dito com a legenda (comum ou em cartela); e o do agente sobernatural envolto num círculo de nuvens, ou entrando por portas e janelas ou, ainda, sob forma da imagem tal como figura no altar de devoção (nas cenas de doenças o crucifixo ou a imagem do santo aparecem na parede sobre a cama do doente).” (1) Sobre Nossa Senhora do Carmo: " A invocação de Nossa Senhora do Carmo é remota./ A titulação provém de Monte Carmelo onde, segundo o Antigo Testamento, o profeta Elias encontrou os sacerdotes de Baal (III Rs. 18,19-39) e o profeta Eliseu salvou a filha da sunamita (IV Rs.4)./ Nossa Senhora do Carmo é padroeira da Ordem Carmelita e invocada como advogada das almas do purgatório./ Em Minas Gerais, é padroeira das Ordens Terceiras Carmelitas, fundadas no século XVIII desde quando se difundiram sua devoção e seu culto. Nas representações do Carmo, Nossa Senhora veste o hábito carmelita: túnica marrom e escapulário da mesma cor onde está estampado o escudo da Ordem; capa e véu brancos./ Aparece sentada ou de pé, com o Menino Jesus nos braços, entregando o escapulário a fiéis ou a São Simão Stock, também em hábito carmelita./ O escapulário simboliza as indulgências de que os fiéis e devotos do Carmo seriam merecedores./ Em outras representações a Virgem e o Menino sustentam em suas mãos bentinhos.” (2)
Características Iconográficas/Ornamentais
Ornatos: cena com representação de enferma, Nossa Senhora do Carmo e Menino Jesus.
Características Estilísticas
Objeto de pintura primitiva e anônima (em sua maioria), de influência portuguesa, comumente utilizado na região de Minas Gerais como elemento de gratidão ao mila- gre alcançado, demonstrando a devoção religiosa dos fiéis a determinado santo (a).
Características técnicas
Objeto confeccionado em tábua de madeira, com cena representando enferma ajoelhada solicitando as graças de Nossa Senhora do Carmo. Peça subdividida horizontalmente, tendo cena pintada a têmpera na parte superior e texto manuscrito na parte inferior.
Referências Bibliográficas/Arquivísticas
MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 145.||CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto, 1993. Pág. 29.