Cadeirinha [de arruar]
Anexos
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Miniatura
Número de registro
190
Denominação
Cadeirinha [de arruar]
Autor
Classificação
Resumo Descritivo
Cadeirinha [de arruar] confeccionada em madeira entalhada, pintada e dourada, couro e palhinha, contendo quatro varas para realizar o transporte. Peça de linhas singelas e manufatura erudita, com decoração “chinoiserie”, teto em baldaquino e duas varas para transporte. Apresenta estrutura em caixa de madeira de formato irregular, recortada em curvas, com cimalha em arco pintado em tom vermelho e encimada por torsado dourado e tendo a parte inferior ornada em couro rendilhado e dourado. Parte frontal do objeto em tábua reta emoldurada por friso, pintada em tom verde e recortada em curva na parte inferior, contendo, na parte central, vidro cercado por emolduramento com ornamentação dourada formada por volutas, conchas, motivos fitomorfos e guirlandas, encimada por folha de acanto estilizada. Parte inferior frontal em face abaulada composta por cena pintada com paisagem européia, composta por torres em tom acinzentado, vegetação verde e relva em tom amarelado, além de céu cinza. Cena emoldurada por volutas em tom vermelho. Laterais do objeto pintadas em tom verde, com portas de vidro recortado em formato irregular, ornadas por frisos em linhas sinuosas e volutas em relevo, destacando-se, na parte superior, espécie de óculo oval, em vidro. Laterais com ornamentação pintada em volutas vermelhas e com folhas de acanto douradas, estas em relevo. Apresenta, na lateral direita, orifício para encaixe de chave. Parte posterior da peça composta por tábua reta na parte superior, e recortada em curva na parte inferior, com subdivisão feita por friso dourado em relevo, contendo duas cenas pintadas. Na cena superior, em primeiro plano, guerreiro representado através de figura masculina, jovem, de pé, trajando indumentária composta por capacete cinza com elmo vermelho, armadura cinza, saia semi-longa em tom alaranjado e botas de cano longo. Traje sobreposto por manto vermelho levemente esvoaçante. Com sua mão direita segura lança e com sua mão esquerda carrega escudo oval, em tom cinza, com representação de rosto de figura humana. Sobre relva verde e amarela, à direita da cena, tambor azul e vermelho, além de outros dois instrumentos, e, à esquerda, dois recipientes (?). Em segundo plano, ao fundo, mar azul e, à esquerda, castelo posicionado no alto de uma colina, céu azul e nuvens amarronzadas. Na cena inferior da parte posterior do objeto, paisagem composta por campo esverdeado, destacando-se, à direita, duas árvores e conjunto montanhoso, além de céu esbranquiçado e pássaros. Cena emoldurada por volutas em tom vermelho. Peça apoiada sobre base escalonada e sustentada por quatro pés entalhados, em formato de cabeça de animal estilizada, tendo o bico voltado para cima. Apresenta, nas partes frontal e posterior, duas varas abauladas, dispostas uma de cada lado, arrematadas por cabeça de animal estilizado, com focinho longilíneo, olhos pretos, tendo boca entreaberta, com dentes e língua aparentes. Objeto com teto abaulado e pintado de verde, tendo a parte central e as quatro extremidades arrematadas por pináculo dourado, além de ornamentação em volutas pintadas em tom vermelho. Apresenta estruturas em haste de ferro para sustentação das varas, que se estendem até os pés do objeto.
Altura (cm)
184
Largura (cm)
58
Comprimento (cm)
330,0 (c/ Varas)
Técnica
Corte | Curtume | Douramento | Entalhe | Fundição | Pintura | Rendilhado
Local de produção
Data de produção
Temas
Dados históricos
Sobre Meios de Transporte: " Cadeiras de arruar, ou seja, cadeiras de andar na rua, passear na rua. Descendem dos “lectarius” romanos e nos chegaram seguindo o costume das “chaise à porteurs” francesas usadas a partir do século XVI. Também denominadas gaiolinhas ou serpentinas, foram de uso exclusivo de senhoras fidalgas, de acordo com alvará de 1722 de Ouvidor do Rio de Janeiro./ Transporte de tração humana, no Brasil colonial eram conduzidos por dois escravos, para tanto treinados, a fim de evitar solavancos. Os varais apoiavam-se sobre os ombros dos condutores.” (2) Sobre Cadeira de Arruar: "(...) Cadeira de arruar. Liteira individual usada outrora nas cidades para transporte de pessoas de certa distinção." (3)
Características Iconográficas/Ornamentais
Ornatos: cabeça de animal estilizado, figura humana, vegetação, torres, instrumentos musicais, volutas, pássaros, arco, friso, torsado, pináculo
Características Estilísticas
Peça de manufatura erudita, com decoração “chinoiserie”, datável do final do século XVIII. Sobre chinoiserie: "[Fr.] s.f. Certo tipo de decoração em moda nos sécs. XVII e XVIII que representa a interpretação ocidental dos costumes e dos estilos chineses trazidos pelos viajantes europeus. Foi aplicada livremente por artistas e artesãos ocidentais no mobiliário, na porcelana, nos tecidos em diversos objetos (e mesmo em carruagens e liteiras), muitas vezes combinada com motivos europeus.” (1)
Características técnicas
Objeto confeccionado em madeira pintada e dourada, com assento, janelas de vidro e quatro varas para o transporte. Policromia: verde, vermelho, cinza, azul, branco, amarelo, castanho, preto
Referências Bibliográficas/Arquivísticas
MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 90. O Museu da Inconfidência. Ed. Banco Safra, São Paulo, 1995, Pág. 240. MOUTINHO, Stella Rodrigo Octavio et alli. Dicionário de Artes Decorativas e Decoração de Interiores. Ed. Nova Fronteira, 1999. Pág. 72.