Escultura Religiosa
Anexos
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Miniatura
Número de registro
002
Denominação
Escultura Religiosa
Título
“São Caetano”
Autor
Classificação
Resumo Descritivo
Figura masculina, de meia-idade, de pé, em posição frontal, de cabeça erguida, olhos direcionados para baixo, cabelos curtos, em estrias finas, ondulados nas laterais, com duas volutas junto a testa e uma tonsura circular ao alto; sombrancelhas finas e boca entreaberta, mostrando os dentes superiores, bigode fino em estrias que se juntam á barba, longa, em mechas sinuosoas, com a ponta bipartida; tem os braços flexionados para a frente, com as mãos espalmadas; pés paralelos, calçados em sandália de tiras finas. Veste uma batina preta, com sequência de botões pretos a frente; sobre a cabeça um barrete de três abas, com borla preta ao meio.
Altura (cm)
153
Largura (cm)
50
Profundidade (cm)
44
Técnica
Costura | Entalhe | Policromia
Local de produção
Data de produção
Temas
Brasil | Minas Gerais | Religião | Século XIX | Século XVIII
Dados históricos
Imagem de Roca: “As imagens de Roca ou de vestir, também conhecidas como “Bastidores”, são aquelas que têm parte do corpo esculpidas e outras em leve armação de madeira, tendo algumas todo o corpo esculpido mais com fino tratamento somente nas extremidades, como cabeça, mãos e pés. Podemos chamá-las, também, de imagens de procissão pois eram muito usadas para essas solenidades religiosas por serem mais leves e fáceis de serem adaptadas nos andores./ Como são vestidas, abriram vasto campo à imaginação e ao gosto da época. As Irmandades, devotos, doadores se esmeravam em cobri-las com os mais finos e ricos tecidos e jóias./ Segundo o Prof. Valentin Calderon de la Vara, sua origem está ligada à Península Ibérica, onde desde a primeira metade do século XVI tornou-se popular o uso de colocar ricos mantos nas imagens de Nossa Senhora. De acordo com o gosto barroco na tentativa de aumentar o realismo e a dramaticidade, começaram a usar elementos postiços que davam aparência mais natural./ No Brasil, as imagens de roca se desenvolveram graças, especialmente, às Ordens Terceiras, se propagando motivadas, também, pela devoção e gosto popular. Vamos encontrar vários tipos como: (...) III – as que têm as partes do corpo sob as vestes em armação ou bastidores feitos de fina tábua, às vezes recobertas de pano engomado, quando em imagens femininas, para facilitar a composição das vestes. Neste caso, encontram-se a maioria dos exemplos: os que têm somente as pernas em armação; os que têm as partes nobres em papel maché, como algumas peças da coleção de Abelardo Rodrigues, segundo informações do Prof. Valentin Calderon de la Vara./ Na maioria dos casos, os braços são esculpidos com dupla articulação (ombro e cotovelo) e raramente tripla articulação incluindo o pulso. (...) Dentre as imagens mais conhecidas em roca, temos os Cristos representando os passos da Paixão, as Nossas Senhoras, especialmente Nossa Senhora das Dores, Santos Mártires e os Santos das Ordens Terceiras Dominicanas, Franciscanas e Carmelitas.” (4)
Características Iconográficas/Ornamentais
Iconografia: Filho de uma nobre família, nasceu em Vicenza, no ano de 1480, ordenando-se sacerdote em 1516, como membro da Companhia do Divino Amor. Em conjunto com o bispo de Chieti, Pedro Caraffa, funda em Roma a Congregação dos Clérigos Regulares, mais conhecidos como Teatinos. Foi cardeal e esteve na Alemanha como legado pontifício durante os contubardos tempos da Reforma. Morreu em 1547 em Nápoles. Foi beatificado em 1629 e canonizado em 1671. Iconografia - Representa-se vestindo de teatino, com batina negra e meias brancas. Os atributos são flor-de-lis (gravada junto ao peito) ou um coração alado. A Virgem ou S. José entregando-lhe o Menino Jesus que ele recebe nos braços. Em Minas Gerais, aonde existe até uma matriz a ele dedicado (de Monsenhor Horta, distrito de Mariana), o santo geralmente recebe a batina preta, sobre a qual usa uma roquete branca e a estola, demonstrando seu especial interesse pelos sagrados ritos da Igerja. Comemorado pela Igreja em 7 de agosto. (1), (2) e (3)
Características Estilísticas
Escultura de cunho semi-erutido, de provável origem mineira, datável de fins do século XVIII ou início do XIX, de rosto enxuto, com olhos grandes e amendoados, sombrancelhas finas, continuando a linha do nariz, este de desenho reto, as orelhas pequenas, escavadas em forma de uma vírgula, cabelos e barba em estrias sinuosas, mas de feição comum. Mãos e pés de dedos longos, arredondados, com as unhas demarcadas.
Características técnicas
Imagem de vestir (roca), com a cabeça, mãos e pés esculpidos em madeira (cedro), policromados em bege (carnação), marrom (cabelos, barba e bigode), vermelho e preto. Olhos de vidro. Braços, antebraços e tronco semiesculpidos; armação inferior em oito ripas, pregadas ao tronco e na base; articulação de bolachas nos ombros e cotovelos.Vestimenta confeccionada em tecido preto. Chapéu em tecido preto, com intertela e fios pretos na borla. Mãos com orifícios para fixição de atributos.
Referências Bibliográficas/Arquivísticas
TAVARES, Jorge Campos. Dicionários de Santos. Porto, Lello & Irmão Editores, 1990;||ROIG, Juan Ferrando. Iconografía de los Santos. Barcelona, Ediciones Omega, 1950;||CERINOTTI, Angela. Santos e Beatos de ontem e hoje. São Paulo, Globo, 2004.||MARQUES, Lucia. Metodologia para o Cadastramento de Escultura Sacra-Imaginária. Ed. Contemp. Minas Gerais, s\d. Pág. 23-24.