Escultura Religiosa
Anexos
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Miniatura
Número de registro
003
Denominação
Escultura Religiosa
Título
“São Francisco de Assis”
Autor
Classificação
Resumo Descritivo
Figura masculina, de meia-idade, de pé, em posição frontal, cabeça erguida, com olhos direcionados ao alto; de cabelos curtos, em mechas grossas, sinuosas, rodeando uma ampla tonsura, com topete elevado á frente; sombrancelhas arqueadas e franzidas ao meio; tem a boca entreaberta, mostrando os dentes superiores, bigode em estrias finas, barba longa em estrias mais grossas com dois escavados abaixo do queixo, orelhas destacadas do crâneo; braços estendidos para baixo, com mão esquerda espalmada; a mão direita tinha os dedos ligeiramente dobrados; ambas as mãos com os estigmas; pés descalços, paralelos, com estigmas; Vestido com o hábito preto, cingido por cordão branco, com os três nós. Base retangular, de quinas chanfradas, marmorizada em azul e branco.
Altura (cm)
91
Largura (cm)
42
Profundidade (cm)
27
Técnica
Costura | Entalhe | Policromia
Local de produção
Data de produção
Temas
Brasil | Minas Gerais | Religião | Século XIX | Século XVIII
Dados históricos
Imagem de Roca: “As imagens de Roca ou de vestir, também conhecidas como “Bastidores”, são aquelas que têm parte do corpo esculpidas e outras em leve armação de madeira, tendo algumas todo o corpo esculpido mais com fino tratamento somente nas extremidades, como cabeça, mãos e pés. Podemos chamá-las, também, de imagens de procissão pois eram muito usadas para essas solenidades religiosas por serem mais leves e fáceis de serem adaptadas nos andores./ Como são vestidas, abriram vasto campo à imaginação e ao gosto da época. As Irmandades, devotos, doadores se esmeravam em cobrí-las com os mais finos e ricos tecidos e jóias./ Segundo o Prof. Valentin Calderon de la Vara, sua origem está ligada à Península Ibérica, onde desde a primeira metade do século XVI tornou-se popular o uso de colocar ricos mantos nas imagens de Nossa Senhora. De acordo com o gosto barroco na tentativa de aumentar o realismo e a dramaticidade, começaram a usar elementos postiços que davam aparência mais natural./ No Brasil, as imagens de roca se desenvolveram graças, especialmente, às Ordens Terceiras, se propagando motivadas, também, pela devoção e gosto popular. Vamos encontrar vários tipos como: (...) III – as que têm as partes do corpo sob as vestes em armação ou bastidores feitos de fina tábua, às vezes recobertas de pano engomado, quando em imagens femininas, para facilitar a composição das vestes. Neste caso, encontram-se a maioria dos exemplos: os que têm somente as pernas em armação; os que têm as partes nobres em papel maché, como algumas peças da coleção de Abelardo Rodrigues, segundo informações do Prof. Valentin Calderon de la Vara./ Na maioria dos casos, os braços são esculpidos com dupla articulação (ombro e cotovelo) e raramente tripla articulação incluindo o pulso. (...) Dentre as imagens mais conhecidas em roca, temos os Cristos representando os passos da Paixão, as Nossas Senhoras, especialmente Nossa Senhora das Dores, Santos Mártires e os Santos das Ordens Terceiras Dominicanas, Franciscanas e Carmelitas.” (4)
Características Iconográficas/Ornamentais
Iconografia: Grande místico, fundador dos Franciscanos. Nasceu em 1182 em Assis e é uma das maiores figuras da história da Igreja. Uma juventude desafogada, pródiga e até dissipada, foi seguida por uma conversão completa ao ideal da vida de Cristo, ideal que o levou a fundar uma Ordem chamada, por humildade, de Frades Menores, Mendicantes, devotados ao apostolado e a uma vida de alegre renúncia. É atribuído ao santo a primazia de ter festejado a noite de Natal (de 1223) com a montagem de um presépio. Orando no monte Alverne teve a visão de Cristo crucificado. Desta visão ficam-lhe os estigmas – as Cinco Chagas que o acompanharam até a morte. Muito mortificado na carne, quase cego, continua durante dois anos a ser um exemplo vivo do extremo Cristianismo. Sucumbe em 1226, no Convento da Porciúncula. Iconograficamente, São Francisco é representado vestido de franciscano, crucifixo nas mãos, estigmas nas mãos e nos pés e, ocasionamente, um rasgão no hábito mostra-nos a chaga do lado do peito. Por vezes aparece com barba, outras imberbe. Umas vezes loiro, outras de cabelos escuros. Outras vezes, ainda, aparece-nos de capuchinho, com uma caveira do lado (chamado da Penitência), ou então recebendo o Menino Jesus das mãos da Virgem Maria. Também aparece a receber nos seus braços Cristo meio despregado da Cruz (dito do Amor Divino). Comemorado pela Igreja em 4 de outubro. (1); (2) e (3)
Características Estilísticas
Imagem de origem certamente mineira, datável de fins do século XVIII ou início do XIX. Trata-se de uma boa escultura, com certa expressividade, especialmente na feição do rosto, que transmite o momento de extâse do santo, com os olhos voltados para o alto, a boca entreaberta mostrando os dentes superiores, as sombrancelhas franzidas acima da linha do nariz e a ossatura ressaltada da face; os cabelos e a barba são esculpidos em mechas bem detalhadas, de forma ressaltada e sinuosa; as orelhas destacadas do crâneo; mãos e pés com dedos arredondados e finos, de unhas bem escavadas, com a nervura bem demarcada. Apresenta certas características com a escola do Mestre de Piranga.
Características técnicas
Imagem de vestir (roca) com a cabeça, mãos e pés esculpidos em madeira (cedro), policromados em bege (carnação), marrom (cabelos e barba), branco ( dentes), e vermelho nos estigamas; estigma da mão esquerda com orifício; tronco do corpo, braços e pernas semi-esculpidos, com aticulação em bolacha nos ombros, cotovelos e joelhos. Armação inferior em três ripas, pregadas no tronco e na base. Base em madeira recortada, marmorizada em azul e branco, com perfurações por pregos nas laterais. Vestimenta em tecido preto com botões, costurado, com cordão branco.
Referências Bibliográficas/Arquivísticas
TAVARES, Jorge Campos. Dicionários de Santos. Porto, Lello & Irmão Editores, 1990;||ROIG, Juan Ferrando. Iconografía de los Santos. Barcelona, Ediciones Omega, 1950;||CERINOTTI, Angela. Santos e Beatos de ontem e hoje. São Paulo, Globo, 2004.||MARQUES, Lucia. Metodologia para o Cadastramento de Escultura Sacra-Imaginária. Ed. Contemp. Minas Gerais, s\d. Pág. 23-24.