Nossa Senhora
Anexos
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Miniatura
Número de registro
009
Denominação
Nossa Senhora
Título
Nossa Senhora da Conceição
Autor
Classificação
Resumo Descritivo
Escultura religiosa, de médio porte, confeccionada em madeira (cedro) entalhada, pintada e dourada, representando Nossa Senhora da Conceição. Figura feminina, jovem, de pé, em posição frontal, com cabelos longos e estriados, partidos ao meio e levemente ondulados, com mechas sob véu curto dourado, tendo testa larga, com carnação em tom róseo, cabeça encimada por coroa de prata, olhos separados e levemente assimétricos, pintados em tom castanho escuro, nariz aquilino e boca cerrada em tom vermelho. Traja túnica longa branca e dourada, cintada, de mangas compridas, com decote redondo, ornada por motivos florais em tom vermelho e ramagens em dourado, além de barra com motivos florais dourados (pastilho) e motivos circulares. Sobre a túnica, manto esvoaçante, apoiado sobre seu braço esquerdo e envolto na cintura, pintado nos tons verde escuro, marrom e dourado (esgrafito), tendo a parte interna em vermelho e dourado, com ornatos em semicírculos seriados e a parte externa ornada por motivos fitomorfos e florais, em tom marrom e dourado, tendo a barra decorada com pontilhado e motivos florais dourados (pastilho). Panejamento movimentado. Apresenta os braços flexionados com as mãos em posição de oração. Nossa Senhora encontra-se apoiada sobre nuvem estilizada, em tom esverdeado, tendo ornatos circulares em tom mais escuro, cercada por serpente em tom marrom e dourado, abocanhando uma maçã dourada. Na parte superior da nuvem sobressaem os cornos da lua crescente, em tom marrom. Nuvem cercada por três querubins, estando dois deles dispostos nas laterais (um de cada lado) e o terceiro querubim na parte frontal, apresentando rostos redondos, cabelos cacheados e estriados, em tom castanho escuro, sobrancelhas finas e olhos em tom castanho escuro, narizes pequenos e arrebitados, orelhas parcialmente aparentes, bochechas proeminentes e boca pequena cerrada, com lábios pintados em tom vermelho, além de asas em vermelho e dourado. Peça apoiada sobre base octogonal escalonada, com pintura em marmorizado nos tons bege e vermelho.
Altura (cm)
54,5
Largura (cm)
17
Comprimento (cm)
26
Material
Folha de Ouro | Madeira | Metal | Tinta
Técnica
Local de produção
Data de produção
Temas
Brasil | Mestre Piranga | Minas Gerais | Religião | Século XIX | Século XVIII
Dados históricos
Sobre Mestre Piranga: " Mestre de Piranga (segunda metade do século XVIII)/ (...) A antiga Guarapiranga foi uma das primeiras povoações de Minas Gerais, com a paróquia instituída em 1724, juntamente com outras importantes freguesias da capitania, como Ouro Preto, Mariana, Sabará e São João del Rei. A igreja matriz foi, infelizmente, demolida e substituída por construção moderna, de gosto duvidoso, pouco restando de seu acervo. Ficaram, entretanto, na atual Piranga, as Capelas de Nossa Senhora do Rosário e de Nossa Senhora da Boa Morte. Há ainda na região a excepcional Capela de Bom Jesus de Matosinhos, d Bacalhau, no atual distrito de Santo Antônio de Pirapetinga, onde ainda se pode encontrar algumas imagens com características do “Mestre de Piranga”, que acreditamos tratar-se de uma oficina da qual vários artesãos faziam parte./ Há peças mais eruditas, com ricos estofamentos e douramente com as técnicas de pastilhos e punção, mas a grande maioria é formada por peças tendendo para o gosto popular (Figs. 171 e 172). Algumas são toscas na execução e de tamanho diminuto, feitas para figurar nos oratórios e nichos domésticos, e chamadas pelos colecionadores de “piranguinhas”. As características gerais dessas imagens são certo ar ingênuo, feições às vezes negróides, olhos grandes e esbugalhados, com pálpebras salientes e certa tristeza no olhar (Fig. 173). Algumas peças têm olhos desnivelados, o nariz tem as narinas abertas, mas a linha central é reta. Os tipos têm certa desproporção anatômica, o panejamento cai em pregas duras, com curiosas dobras antinaturais e às vezes em linhas retas nas costas. Ocasionalmente formam-se dois círculos concêntricos sobre os joelhos. A cabeleira cai lateralmente em mechas onduladas quase paralelas, e nas costas em mechas regulares, às vezes entrelaçadas./ As figuras apresentam, via de regra, um corpo magro com cintura bem marcada, ombros largos e mãos pouco detalhadas. As bases em nuvens apresentam um emaranhado de linhas sinuosas, bastante diferente das bases de outras peças da época, e as de pedregulho, com de Nossa Senhora das Dores, são executadas em cortes miúdos e executados com goivas, e com as arestas vivas. (...) A policromia varia muito de peça para peça, sendo algumas muito elaboradas; outras bastante simples./ Algumas imagens desse escultor são excepcionais, como a bela Nossa Senhora das Dores, com o coração exposto sobre o peito (Fig. 174), pertencente ao acervo do Museu Regional de São João del Rei, da qual conhecemos três versões, sendo uma de cerca de 10 cm.” (1) Sobre Nossa Senhora da Conceição ou ImaculadaConceição: "(...) É representada geralmente com semblante jovem e até mesmo infantil, de pé sobre nuvens ou sobre o globo terrestre, envolto por uma serpente./ Freqüentemente tem os cornos da lua sobre os pés, os quais quase sempre são circundados por querubins e anjos. O símbolo da lua provém da ladainha: Pulchra ut luna – pura como a lua./ As mãos aparecem postas ou cruzadas à altura do peito. Sobre a cabeça ela tem coroa real ou auréola de doze estrelas. Na maioria das vezes, é representada sem véu, com longos cabelos esvoaçantes./ Assim como a lua guarda em seu seio os raios de sol, Maria guarda em seu ventre a luz divina, que é Cristo.” (2)
Características Iconográficas/Ornamentais
Ornatos: motivos florais e fitomorfos, motivos geométricos, pontilhado, serpente, querubins, maçã, lua crescente
Características Estilísticas
Peça com características da oficina do Mestre de Piranga, em Minas Gerais, datável do século XVIII.
Características técnicas
Escultura confeccionada em madeira entalhada, pintada e dourada. Policromia: verde, marrom, vermelho, castanho
Referências Bibliográficas/Arquivísticas
COELHO, Beatriz (org.). Devoção e Arte – Imaginária Religiosa em Minas Gerais. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2005. Pág. 144.||CUNHA, Maria José Assunção da. Iconografia Cristã. Ed. UFOP/ IPAC, Ouro Preto,1993. Pág. 24.